quinta-feira, 2 de junho de 2011

E AOS POUCOS FUI CRESCENDO...


A gente cresce, e talvez a gente deixe de lado a nossa essência. Penso isso quando me pergunto: será que sempre fui assim? Será que em determinado momento da vida, eu deixei de ser EU mesma?
Mas, crescer não é tão ruim assim quando se é artista. Não que eu trabalhe com artes plásticas. Quando falo de ser artista, me refiro aos Tipos Psicológicos definidos por Carl Jung. Como artista, o mundo torna-se, na sua totalidade, o meu palco. E é nele que represento meu ensaio inacabado.
Lembro que aos poucos fui "vivendo"... Recordo, com saudades, as primeiras amigas, os tombos de bicicleta, a mãe brava, as surras, as muitas vezes que escutei "chora com vontade", meu primeiro amor "platônico", meus passeios de garelli, a casa cheia nas férias, meu primeiro namorado, meu primeiro beijo, minha primeira vez...
Nossas vizinhas faziam doces fantásticos. Ainda hoje me lembro do doce de leite em quadradinho, dos biscoitos crocantes que faziam barulho quando eram mastigados e dos tachos enormes de doce de goiaba e de banaba, que nós, deliciosamente, rapávamos os tachos e lambíamos os dedos.
Na escola, tinha sempre uma menina que me chantageava. E por medo de apanhar, eu entregava sempre meus lanches pra ela. Nessa cidadezinha, tínhamos um pouco mais de liberdade para brincar. Podíamos andar de bicicleta na rua e até no cavalo do leiteiro, o Sr. Arlindo! Mesmo assim, minha mãe ainda cheia de neuras com coisas da "cidade grande", ficava sempre por perto para saber: onde e com quem estávamos e, o que fazíamos. Hoje sei que o receio maior dela era de sermos raptados por alguém.
Dessa época, tenho muitas lembranças... Boas e ruins, na minha percepção. Mas relembrando hoje várias dessas situações, dou boas risadas.
Da brincadeira do pera-uva-maçã...
Quanta coisa já passou... Também pudera, mais de quarenta anos de existência. Estou ficando "fisiologicamente" velha. Até porque muitas vezes me pego pensando como uma adolescente: cheia de dúvidas e de vontades. Retrospectivas... detesto! Pois na maioria das vezes os fatos mais marcantes são aqueles que me deixam de alguma forma triste. Já parou pra pensar? Normalmente não damos enfoque ao que foi bom. Não insistimos em relembrar as coisas boas! Um dia vou descobrir o porquê de o foco ser sempre situações que não são muito agradáveis.
E continuo crescendo...

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