Sem força
Sem vontade
Sem dinheiro
Sem vaidade
Sem pudor
Sem vergonha
Sem pretensão
Sem ilusão
Sem saco
Sem barco
Sem vela
Sem norte
Sem corte
Sem mania
Sem fronteira
Sem limite
Sem censura
Sem compromisso
Sem ódio
Sem amor
Sem disposição
Sem interposição
Sem sentidos
Sem nada
Sem nexo
Sem mim
terça-feira, 11 de março de 2014
quinta-feira, 6 de março de 2014
Vomitando o "B" a 'ba"
Sempre pensei sobre o dom da
escrita. Queria tocar o coração das pessoas como Clarice Lispector. Ou conseguir
atingir o grau de aforismo de Martha Medeiros... Ou, ainda, falar, de forma cômica, de
sexo, de medo, de angustia, de solidão e de morte, como bem faz Caio
Fernando Abreu. Ser dramática ao extremo e ao mesmo tempo tão doce e (IN)terna.
Por várias vezes tentei... e
tentei.
Mas os resultados não me satisfaziam. Sempre pensei que prosa e verso
serviam para demonstrar os sentimentos. Assim como acontece quando permitimos que as músicas falem por nós.
Hoje, unir letras para formar sílabas me é tão fácil... Por qual motivo me sinto tão limitada em juntar as sílabas em palavras e palavras em sentenças? Lembrei, por um instante, da cartilha Caminho
Suave...
B com A, ba... B com E, be... B
com I, bi... B com O, bo, B com U, bu. E assim pro c, d f, g, j, l, m, n, p, r,
s, t, v, x, z...
Talvez a minha dificuldade não
seja a escrita...
Mas sim colocar pra fora esse
turbilhão que vive dentro de mim.
Hoje só expresso vocábulos, sem nexo, sem sentido, sem concatenação.
Métrica, ritmo e rimas já não me preocupam mais...
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