quinta-feira, 6 de março de 2014

Vomitando o "B" a 'ba"


Sempre pensei sobre o dom da escrita. Queria tocar o coração das pessoas como Clarice Lispector. Ou conseguir atingir o grau de aforismo de Martha Medeiros... Ou, ainda, falar, de forma cômica, de sexo, de medo, de angustia, de solidão e de morte, como bem faz Caio Fernando Abreu. Ser dramática ao extremo e ao mesmo tempo tão doce e (IN)terna.
Por várias vezes tentei... e tentei.
Mas os resultados não me satisfaziam. Sempre pensei que prosa e verso serviam para demonstrar os sentimentos. Assim como acontece quando permitimos que as músicas falem por nós.
Hoje, unir letras para formar sílabas me é tão fácil... Por qual motivo me sinto tão limitada em juntar as sílabas em palavras e palavras em sentenças? Lembrei, por um instante, da cartilha Caminho Suave...

B com A, ba... B com E, be... B com I, bi... B com O, bo, B com U, bu. E assim pro c, d f, g, j, l, m, n, p, r, s, t, v, x, z...

Talvez a minha dificuldade não seja a escrita...
Mas sim colocar pra fora esse turbilhão que vive dentro de mim.
Hoje só expresso vocábulos, sem nexo, sem sentido, sem concatenação.
Métrica, ritmo e rimas já não me preocupam mais...
 

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