sábado, 25 de agosto de 2012

SÍNDROME DO NINHO VAZIO

Poucas certezas eu tenho na vida. Acredito que a única certeza é sobre o tamanho do meu sentimento pelos meus filhos. Eles, por 21 anos, foram meu norte... minha razão de existir... a minha força e determinação para correr atrás... para fazer a diferença!
Sim... Penso que não seria diferente. Penso que toda mãe se sentiria como eu estou me sentindo.
Mas, independente do meu sentimento, o que mais quero nesta vida, é ver meus filhos plenamente realizados... Felizes!!!
Então, peço aos meus filhos que sigam o seu coração... sigam o seu destino... 
Sei que independente de onde eles estiverem, eu habitarei os pensamentos deles... os sentimentos deles...
Afinal, não é todo dia que se encontra uma mãe como eu! E, diga-se de passagem, que mãe MA-RA-VI-LHO-SA!!!!!!
Já sei, criei meus filhos para o mundo, e eu realmente os preparei para uma vida independente. Que mãe nunca pensou no dia... no chuvoso e nebuloso dia em que um filho decidirá sair de casa e começar a trilhar seu caminho? 
Sei que me orgulharei de dar ao mundo pessoas boas e honestas. Sei, também, que estarei na lista dos mais amados. Mas, sei também que em um dia especial, alguém receberá mais amor e atenção do que eu (olha a carência... rs).
E eu, que hoje praticamente não existo sem vocês, vou reaprender a viver, não sem vocês, mas com vocês distantes, com suas vidas e projetos nos quais, muitas vezes, eu não estarei incluída. Não terei mais que levantar de madrugada para amamentar ou para cobrir vocês, mas quem disse que eu dormia a noite inteira sem interrupção? Não terei mais que dirigir para deixar um na academia, outro na aula particular, outro na escola, outro para tomar vacina, mas... quem disse que eu não adoro ficar atrás do volante quando tinha vocês sentadinhos logo atrás de mim? Não terei que comprar o bolo preferido de vocês mas... quem disse que eu não gostava disso? Não terei mais que recolher as bagunças pela casa... Mas quem disse que eu não gosto de sentir que a casa está cheia e habitada? Talvez minha casa será silenciosa,  sem nenhum pedacinho de reclamação ou barulho. 
Falando assim, pode até parecer que eu não sou ninguém. Que não tenho personalidade e que não tenho outro papel a não ser o de ser mãe. Mas, veja bem, isto não é verdade!! Tenho minha profissão, meus hobbies, meus amigos... mas a minha atividade favorita é ser mãe!!!
Por isso, tenho certeza que a síndrome do ninho vazio me atingirá em cheio.
Bem no plexo solar e é bom eu já ir me preparando para isto. 
Sei, que seguirão suas vidas... correrão, com força, atras dos seus sonhos... 
E se meu conselho tem peso pra vocês, façam exatamente isso: CORRAM ATRAS DOS SEUS SONHOS, DA SUA FELICIDADE!!
Tenham certeza de que sempre estarei aqui, e aí.... presente... em todos os momentos das suas vidas
Desculpe não falar isso pra vocês... é que a tal síndrome ainda está muito forte... 
Mas eu sei que vou superar.
Lembra daquele monte de valores que ensinei a vocês? Se acharem que são os ideais, sigam-os!!! 
Podem ter certeza de que não questionarei se seus valores  forem diferentes dos meus.
Amo muito, vocês!!!!!
E, sempre que precisarem, tenham certeza de que estarei aqui, de braços abertos pra vocês!

sábado, 18 de agosto de 2012

EU (SOU ASSIM)


Sou mulher, normal, temperamental... Nem Fiona, nem sereia, às vezes, mulher e meia!
Outras, menina carente, Mãe leoa, mulher loba, às vezes boba; tenho a alma transparente.
Muitas vezes sou dura, visto armadura de ferro, grito, berro pra esconder minha fragilidade.
Sou mulher teimosa, às vezes caprichosa, dona das minhas verdades, desprovida de vaidade...
Sou mulher, amante, amiga por amor compro uma briga
Esfacelo-me, desfaço-me em mil pedaços e me recomponho em laços
Sou mulher à moda antiga que espera um convite pra sair, que chora nos filmes de amor ou quando recebe uma flor.
Sou apenas uma mulher intensa, extensa, às vezes leve, às vezes densa sem perder a essência de ser simplesmente mulher...



-- Menina do Rio®

VAMOS DEIXAR SECAR...

Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia porque sairia com sua mãe naquela manhã. Júlia, então, pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.
Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.
Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou: “Esta vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo?”Emprestei
 o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão. Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.
Mas a mãe, com muito carinho, ponderou:
– Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar a sua casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra do que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha! Com a raiva é a mesma coisa.
Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu ir para a sala ver televisão. Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
– Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado.
Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.
– Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou. E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser quem devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Pelo poder do fogo podemos, repentinamente,nos transformar em outra coisa. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca para sempre. Assim acontece com a gente.

As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.
Pode ser fogo de fora:
perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro:
pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela,
lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou:
vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma,
ela não pode imaginar um destino diferente para si.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente,
algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém



(extraído do livro "O amor que acende a lua", de Rubem Alves - Editora Papirus)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

VEREDITO FINAL: CULPADA!

Hoje, depois de tanto esperar, tive o veredito final: CULPADA
Culpada? Por qual motivo? Por ser exatamente assim, do jeito que sou? Por acreditar que meus valores são importantes? Por querer que me aceitem E-X-A-T-A-M-E-N-T-E como sou? Por ser transparente: me por e expor?
Que culpa é essa afinal, que me incutem?  Que faz-me sentir assim?
Não sou perfeita... Eu tropeço e caio de vez em quando. Aliás... eu caio muito. 
Claro que, quando erramos, temos que nos desculpar. Ser humilde e reconhecer os próprios erros faz parte da vida. Mas, muitas vezes, me sinto culpada sem ter feito nada de errado! 
A sociedade me obriga a ser boazinha e sofro com essa imposição. 
Dor e desconforto. Pra que dar tanta atenção às cobranças infundadas que estão sendo feitas na minha vida? Eu tenho que ser assim... Eu tenho que ser assado!!!
Por tabela, aparece aquela falta de entusiasmo.. vontade de desaparecer. 
Ninguém sabe o que vai dentro do meu coração. 
Nova explosão... Mais intensidade... 
Às vezes, as pessoas não percebem o quanto nos desrespeitam. 
E me pego novamente pensando... 
Ir totalmente contra do que eu acredito? Sentir, mais uma vez, minha individualidade mutilada?
A única coisa que quero é continuar a fazer tudo o que minha alma quer. 
Quero poder ser autêntica. 
Continuar me respeitando e me aperfeiçoando.
Nada de  tipos... 
Nem estereótipos... 
Nada de subestimação... 
O desafio é administrar: ou toca... ou não toca!!!



E... 
Se eu não ceder, não me culpe. Seu eu pensar em partir, não me julgue. E se eu reclamar saudade, me desculpe.